I Hate Models atua por instinto, não por instrução. O seu som é volátil e emocional e não visa apenas mover corpos, mas antes romper e reconstruir. Quando atua, oscila entre extremos como um sistema de controlo de desequilíbrios, momentos de força industrial esmagadora cruzados por melodias quase íntimas demais para se sustentarem durante muito tempo. Há uma sinceridade crua por trás desta recusa em seguir fórmulas. Não persegue géneros, evoca estados através da nostalgia, da mágoa, raiva ou êxtase, injetando-os diretamente no set como energia canalizada por um algoritmo de reentrada, mas sem qualquer garantia de uma aterrissagem suave. Não é uma pose, o caos é pensado. Cada set é uma luta, cada faixa um circuito exposto. As atuações de IHM não são feitas para o conforto, são câmaras de pressão. O que fica depois do impacto é a sensação avassaladora de algo que foi inteiramente, inegavelmente real.